quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Redação 2


O amor contemporâneo

        Nós vivemos em uma era diferente das antigas. Muitas mudanças ocorreram, nós perdemos a timidez. As amores já não duram tanto, não são exatamente verdadeiros. E as fases andam muito apressadas. Dois indivíduos mal se conhecem e já estão se beijando, o que não dura um namoro maior do que 15 dias.
           Antigamente, tudo era mais devagar. Minha mãe me contava que, na minha idade, na época dela, era vergonhoso andar de mãos dadas com alguém do sexo oposto. Nas festas, as pessoas apenas trocavam olhares, nada mais. E ninguém nunca morreu por causa disso.
            Claro que na atualidade ainda há alguns tímidos á moda antiga, porém são minoria. Cada um tem seu tempo de amadurecimento e merece ser respeitado. Mas o que me deixa pasmo mesmo são as festas. Uma vez resolvi ir a uma delas com meus amigos e vi o que meus olhos não acreditavam. Os meninos simplesmente chegavam nas garotas mais atraentes e pediam para beijá-las. Quer dizer, eles as julgam pela aparência e se aproveitam, sendo que depois eles voltam ao grupo de amigos e ficam á espreita para “pegar” mais uma. E o pior de tudo é que na festa não entravam maiores de 14!
            Essa é a nossa realidade. Não existe mais aproximação através de tempo e conversa. É só chegar de cara, pedir o que quer e, se for recusado, partir para uma próxima.
            Fico me indagando o que minha mãe diria sobre isso.

10/04/11

        

Redação 1



Cheiro de infância

            Fim de tarde de domingo e ainda não saímos de Venâncio Aires, ainda não terminamos a via sacra. Já visitamos todos parentes para no despedirmos, a não ser pela avó paterna, nosso próximo destino. Logo à sua porta, era possível sentir o cheiro de suas guloseimas recém saídas do forno. Bastava tocar a campainha para que fôssemos atingidos por uma explosão de aromas. E ela preparava de tudo, desde doce de figo, doce de leite com amendoim, a pão de milho e suas deliciosas bolachas de natal.
            Sentávamo-nos á varanda, logo abaixo do enorme pinheiro plantado por meu pai em sua infância e saboreávamos aqueles simples biscoitos com açúcar colorido aos quais eu e minha irmã nos apegamos muito. Então, quando o céu já escurecia, despedíamo-nos e começávamos a nossa viagem de volta a Caxias do Sul.
            Bons tempos, até hoje me lembro daquela combinação de eventos que marcaram minha infância. Como as coisas mudam.
            Nos dias atuais, minha avó não cozinha mais. Ela teve câncer no intestino, foi operada e até depende da minha dinda e do meu pai. Eu descobri meu diabetes e já não posso comer nada açucarado do jeito que ela preparava. Já a minha irmã, faz dois meses, descobriu que é celíaca, não pode ingerir glúten. Que desgraça. As coisas são assim mesmo, quando algo bom e inesquecível passa pela nossa vida, só no futuro, quando não é mais possível reproduzi-lo, é que reconhecemos seu valor.

25/03/11